El niño y su competencia lectora. Estrategias para una estimulación temprana (Portugués)
RESUMEN
Siendo fundamentalmente un ser social,
el hombre se define por vivir en espacios comunicativos. En estes espacios,
el texto escrito es, por su importancia y polifuncionalidad, el instrumento
privilegiado de conocimiento, de tal forma que el parco dominio de las
técnicas de lectura es considerada, hoy en dia, como quasi un estigma
social.
La cuestión que se plantea
es pues ¿cómo formar lectores competentes?
La psicolingüística y
la semiótica nos han demonstrado que leer no es solamente sinónimo
de decodificar o traducir unos sinales visuales en grafemas con sentido,
pero además elaborar complexas actividades cognoscitivas. En efecto,
los textos non nos dicen tudo explícitamente. El semiótico
italiano Umberto Eco nos ha demonstrado que los textos están llenos
de espacios en blanco, de elementos non dichos y, por consiguiente, leer
un texto es también avanzar hipótesís de sentido.
Este dado nos coloca un desafío:
qual es, entonces, el papel de un educador en la estimulación temprana
de la competencia lectora del niño?
Es nuestra opinión que
la adequada capacidad para leer y interpretar un texto resulta de un conocimiento
non solamente de los "frames" de la experiencia de socialización
del niño, pero además de un conocimiento de los "frames"
intertextuales, una vez que en un texto hay múltiplas voces que
dialogan con otros textos. Es este conocimiento de los esquemas intertextuales
que explica la actuación diversa de dos lectores de una misma comunidad
social y cultural frente a un mismo texto: uno puede compreendélo
de antemano y gozar con la confirmación de sus expectativas y lo
otro no.
Así, buscaremos mostrar
que la competencia lectora del niño puede ser largamente estimulada
desde el nivel de la educación infantil a través de un conjunto
de estrategias que ayunden al desarrollo de los esquemas intertextuales,
como las actividades de contar y recontar histórias, las actividades
de fantasiar los personajes, etc.
"El placer por la lectura es un
privilegio frágil que requiere tiempo y esfuerzo. Convertirse en
lector implica múltiples rebeldías y soledades que no pueden
llegar a ser sin la ayuda de un entorno adecuado."
Numa sociedade globalmente dominada
pela chamada "galáxia de Gutemberg", o domínio adequado
das técnicas da leitura constitui um dos factores mais importantes
susceptíveis de assegurarem a possibilidade de obtenção
de sucesso social por parte do educando. De facto, no actual contexto
histórico-social, caracterizado por uma proliferação
omnipresente de mensagens graficamente codificadas, seja com um suporte
material, seja com um suporte audiovisual, o texto escrito revela-se o
instrumento privilegiado de acesso ao mundo do cognoscível, de
tal forma que o deficiente domínio das suas técnicas de
leitura se pode configurar como eventualmente conducente a situações
de defectividade escolar e, por via desta, a situações de
defectividade social.
Nesta óptica, podemos afirmar
que saber ler representa, hoje em dia, uma competência básica
inerente ao próprio exercício da cidadania, uma vez que
constitui condição fundamental para que o indivíduo
se possa assumir como efectivamente participante na condução
dos destinos da sua "pólis". O não domínio adequado
desta competência acarreta gravíssimas repercussões
cujos resultados rapidamente se tornam visíveis não só
em termos do desenvolvimento pessoal, mas também social.
A questão que se coloca
pois, no contexto de um congresso preocupado com as questões da
escrita e da leitura, é a de, em conjunto, procurarmos reflectir
acerca das estratégias susceptíveis de assegurarem a formação
de leitores competentes, isto é, de leitores capazes de ler e de
interpretar, com sucesso, qualquer texto.
Ler, como tem sido realçado
por numerosos estudos do âmbito da psicolinguística, não
parece constituir uma actividade simples, que possa ser redutível
a meros processos de tradução ou de decifração
de sinais gráficos. Se ela se pode processar com uma certa rapidez,
esta actividade é profundamente complexa, na medida em que exige
a mobilização de um largo conjunto de operações
de natureza física e cognitiva.
Assim, se numa concepção
tradicional, ler se restringia a um simples processo físico de
decifração, isto é, a uma actividade de reprodução
oral de uma determinada sequência de grafemas, defendendo- -se inclusivamente
que para uma correcta compreensão de um texto, era necessário
oralizá-lo previamente, hoje em dia, graças às numerosas
investigações que têm vindo a ser realizadas, está
comprovado que ler um texto implica não só a mobilização
de mecanismos físicos, como também cognitivos, na medida
em que, em qualquer acto de leitura, a compreensão do sentido constitui
sempre uma actividade prévia à identificação
dos caracteres ou à sua reprodução oral.
Deste modo, "lire n‘est pas exclusivement
une activité visuelle" (F: Smith, 1980: 34). Aliás, considerada
isoladamente, a informação visual muitas vezes não
só é insuficiente para a compreensão / produção
do sentido como também a capacidade do nosso sistema visual em
processar a informação a que tem acesso é relativamente
limitada. Assim, ler implica um intercâmbio entre essa informação
e uma outra - a não visual - , intercâmbio que tem lugar
sempre que os olhos percorrem a página de um texto:
Ler supõe, pois,
a realização de importantes operações de natureza
cognitiva, uma vez que implica o preenchimento de numerosos "espaços
em branco". Os textos, como assinala Umberto Eco (1983: 55), apresentam-se
como mecanismos económicos ou preguiçosos que vivem da "mais-valia"
de sentido que o destinatário lhes introduz. Nesta óptica,
eles jamais explicitam totalmente a informação que contêm,
mas sugerem, prometem e indiciam determinados estados de coisas que competirá
ao leitor, com base na sua "competência enciclopédica", completar.
Assim, como assinalam Jean Foucambert,
Michèle Proux e Michel Violet no prefácio à obra
de Frank Smith (1980: 20), "lire, c‘est sauter le mot qu‘on ne comprend
pas pour l‘inférer du contexte, lire, c‘est prendre l‘information
visuelle minimum et ne pas la prendre lorsqu‘on la devine superflue (…)".
Além disso, a partir do momento em que o indivíduo conhece
com uma certa profundidade o vocabulário em que um texto está
escrito, menor é a sua necessidade de informação
visual. Deste modo se explica que nos seja mais acessível ler,
por exemplo, o nome de uma cidade conhecida do que o de uma localidade
desconhecida, precisamente porque possuimos um "background" informativo
que nos permite reduzir a incerteza, isto é, o número de
alternativas com as quais nos vemos confrontados quando lemos um texto.
Nesta perspectiva, ler pode ser
considerado como um processo receptivo de linguagem (K. S. Goodman, 1980:
38) que visa a construção de significados a partir de um
determinado "corpus" de formas gráficas. No entanto, é lícito
acrescentar que neste processo de produção de sentido, o
leitor mobiliza para o efeito sempre o menor número possível
de recursos, servindo-se, por isso, de estratégias cognitivas como
a selecção (com base na informação redundante),
a inferência, a predição, a verificação
e a confirmação. Através destas estratégias,
o leitor tem a possibilidade de, no momento em que se situa perante o
texto, activar determinados "schemata", formulando hipóteses acerca
da informação textual (explícita e implícita),
as quais serão, ao longo da leitura, constantemente redefinidas
por meio da sua confirmação ou infirmação.
É, aliás, o que
Gérard Vigner (1979: 32) procura explicitar através do seguinte
esquema:
Deste modo, a leitura /
compreensão de um texto constitui um processo dinâmico, na
acepção em que a obtenção do significado jamais
é um produto final, mas o fruto da construção de
diversos resultados parciais.
De facto, perante um texto, o
leitor tem que tomar determinadas decisões interpretativas, as
quais constituem formulações de hipóteses de sentido
acerca daquilo que se está a ler. Estas decisões interpretativas
são despertadas, por um lado, por um conjunto de signos presentes
no texto e, por outro, pelo horizonte de expectativas do leitor. São
estes indícios que, funcionando como uma espécie de filtro,
auxiliarão o leitor a organizar as suas percepções
em função daquilo que é contextualmente relevante
ou significativo. De entre eles destacam-se, por exemplo, o título
da obra, o seu autor, o género a que pertence, a composição
gráfica, o eventual conhecimento por parte do leitor de discursos
de natureza metatextual a seu respeito, etc.
Se a tomada de decisões
interpretativas é imprescindível à consecução,
com sucesso, do processo da leitura, estas são, em larga medida,
condicionadas também pelo conhecimento que o leitor tem do mundo,
isto é, por aquilo que, em termos semióticos, se designa
como a "competência enciclopédica" do indivíduo.
Com efeito, para a actualização
das estruturas discursivas de um texto o leitor deve confrontar a manifestação
linear desse texto com o complexo sistema de códigos e de sub-códigos
que conformam a sua "competência enciclopédica", actualizando
somente as propriedades semântico-pragmáticas dos lexemas
que, em função do contexto e das circunstâncias específicas
da enunciação, se revelem como pertinentes ou adequadas,
deixando todas as outras, potenciadas pela "semiose intérmina",
sob narcose.
Este saber de natureza eminentemente
pessoal e que se altera com a experiência vital do indivíduo
- isto é, com a sua idade, conhecimentos, leituras realizadas,
etc - abarca, em princípio, os seguintes domínios (U. Eco,
1983: 81-90):
- o conhecimento de um dicionário
básico, o qual possibilita ao leitor localizar as propriedades
semânticas elementares das expressões em causa. Embora neste
nível ele ainda não tenha estabelecido o universo do discurso
e, por conseguinte, ainda não saiba quais as propriedades semântico-pragmáticas
que deve actualizar ou narcotizar, ele limitar-se-á a localizar
os seus traços mínimos;
- o conhecimento do mecanismo de funcionamento
das regras de co-referência, que Ihe permite, pelo menos
ao nível da frase, tornar não-ambíguas determinadas
expressões dícticas e anafóricas;
- o domínio de uma competência
intertextual (J. Kristeva, 1970), que Ihe assegura a possibilidade
de, perante qualquer texto, realizar os chamados "passeios inferenciais";
- o conhecimento do mecanismo dos
processos de hipercodificação retórica e estilística,
os quais, segundo o princípio da economia textual, permitem
ao leitor reconhecer determinadas expressões como figuradas ou
identificar normas estilísticas;
- o conhecimento dos processos
de hipercodificação ideológica através
dos quais a abordagem textual é feita segundo as propensões
ideológicas dos seus intérpretes;
- a capacidade de realizar inferências
baseadas em quadros de referência comuns e intertextuais. Se
no primeiro caso, essas inferências constituem actividades culturalmente
dependentes, no sentido em que estão ligadas às vivências
específicas de uma dada comunidade sociocultural e, por conseguinte,
a pertença de um indivíduo a essa comunidade faz com que
ele partilhe com ela esses quadros de referência comuns, no segundo
caso, trata-se de inferências baseadas em quadros de referência
intertextuais, isto é, essa competência é eminentemente
pessoal, fazendo parte de um repertório seleccionado e restrito
de conhecimentos, variável de indivíduo para indivíduo.
Ora, como os estudos de âmbito semiótico e hermenêutico
têm demonstrado, é a partilha ou não do conhecimento
dos quadros de referência intertextuais que em larga medida explica
a diversidade de comportamentos interpretativos de vários leitores
face a um mesmo texto: enquanto que alguns são capazes de reconhecer
a violação das normas e/ou de prever o desenlace da história,
outros, dado que não possuem um conhecimento suficientemente adequado
desses quadros de referência - isto é, não estão
familiarizados com esses elementos - , se encontram mais expostos a sofrer
com as surpresas e golpes de cena.
Assim, se a "competência enciclopédica",
tal como a caracterizámos sucintamente, constitui uma espécie
de "background" semiótico que possibilita ao leitor interagir activamente
com o texto, é indubitável que a expansão e enriquecimento
desta se revelará um meio intrinsecamente conducente ao aumento
da capacidade de interacção leitor- -texto e, por via deste,
a um acréscimo da sua competência leitora. Efectivamente,
constituindo o processo da leitura uma espécie de jogo de adivinhações,
através do qual o leitor questiona o texto, procurando extrair
dele a informação que lhe permita formular as suas hipóteses
interpretativas, a compreensão do texto exige uma partilha, o mais
aproximada possível, entre o horizonte de conhecimentos proposto
pelo texto e aquele que é possuído pelo leitor.
Chegados a este ponto, a questão
que se coloca é a de percebermos que papel deve ser reservado à
educação infantil na consecução de actividades
susceptíveis de enriquecerem e alargarem a "competência enciclopédica"
da criança, via indirecta para que num momento posterior, aquando
da sua frequência da escolaridade, ela possa manifestar uma boa
competência leitora.
Se quando integra o jardim de
infância a criança ainda não lê, ela já
tem a possibilidade de ouvir as narrações orais contadas
pela educadora, assim como a possibilidade de interagir com ela, exprimindo
as suas vivências e experiências, seja de uma forma verbal
ou não verbal. Além disso, a criança pode "ler" as
imagens, as quais constituem estímulos para a sua capacidade de
observação e ao mesmo tempo elementos enriquecedores do
seu conhecimento do mundo, numa perspectiva não só cultural,
mas também linguística, uma vez que, com a ajuda da educadora,
ela poderá materializar esses elementos e ir expandido o seu saber
linguístico.
Aliás, todas as actividades
de narração oral, preferencialmente acompanhadas da leitura
de imagens ou da leitura de textos, nos parecem extremamente importantes
no estabelecimento de uma relação de convivência fruitiva
da criança com o livro e com a leitura. Importa que, nesses momentos
privilegiados de contacto com o texto, a criança possa, de preferência
afectivamente, visualizar claramente a acção que está
a ser realizada pelo adulto: é fundamental que ela observe que
o adulto associa a determinados sinais gráficos certas sonoridades,
as quais possuem determinados sentidos.
É claro que quando falamos
de relação afectiva da criança com o livro jamais
podemos esquecer as condições físicas do próprio
material de leitura. Se as crianças devem ser incentivadas a tocar
e a manusear o livro, a agarrá-lo, a fazerem-no seu, este deve
ser facilmente manuseável, estar colocado num local que lhe seja
acessível, ter uma boa consistência física, uma encadernação
robusta, uma confecção cuidada, não sendo exageradamente
pesado ou grande. De igual modo, os seus caracteres devem ser suficientemente
legíveis, contendo imagens susceptíveis de enriquecerem
e estimularem o imaginário infantil, permitindo actividades de
diálogo entre o grupo e o grupo e a educadora.
Uma actividade que particularmente
pode favorecer um gosto pela leitura é o da organização/construção,
em conjunto com as crianças, de "livros" com as histórias
preferidas ou contadas pelos mais pequenos, objecto esse que, colocado
na biblioteca da sala, deverá estar acessível e ser utilizado,
com frequência, pela educadora.
A dramatização lúdica
de histórias propostas pela educadora ou sugeridas pelas crianças,
assim como todas as actividades de diálogo a propósito daquilo
que se ouve e/ou se representa constituem também actividades susceptíveis
de enriquecerem a ainda reduzida "competência enciclopédica"
da criança.
De facto, se, em virtude da sua
curta experiência vital, a criança constitui, em termos semióticos,
um pré-leitor ainda virgem, importa que o jardim de infância
lhe proporcione momentos múltiplos e diversificados de encontro
com o grafismo e a iconicidade do texto, assim como com a sonoridade das
palavras, de forma a contribuir para a expansão e enriquecimento
do seu conhecimento do mundo.
Ora, tal expansão pode
largamente ser conseguida através da chamada literatura infantil,
quer na sua dimensão oral quer na sua dimensão escrita.
Efectivamente, propondo a construção de universos simbólicos
ligados, com frequência, à imaginação, à
fantasia e ao prazer lúdico, estes textos possibilitam aos seus
destinatários, num momento etário ainda bastante precoce,
adquirirem conhecimentos diversificados acerca de quadros de referência
intertextuais cuja utilidade se revelará bem pertinente mais tarde.
De facto, através do contacto com uma míriade de textos,
a criança aprenderá a reconhecer e a prever determinados
comportamentos interpretativos que os textos exigem dos seus "leitores-modelo",
manifestando uma maior à-vontade na sua leitura e interpretação
posteriores. Por exemplo, ela aprende que, em qualquer história
infantil, é comum existirem duas classes de indivíduos em
situações dicotomicamente opostas: aqueles que desempenham
o papel de bons, e que são premiados no final da história,
e os maus, os quais, podendo parecer sair vencedores, são sempre
objecto de castigo ou de punição no final. Ora, este conhecimento
só se adquire através de múltiplas leituras e é
ele que permite que determinados leitores, perante os constrangimentos
dos textos, manifestem comportamentos diferenciados: enquanto que alguns,
não conhecedores do esquema básico da história, se
podem surpreender ou iludir, formulando hipóteses de sentido narrativamente
não pertinentes ou infelizes, outros - aqueles que, na sua infância
e juventude, contactaram activamente com textos, lendo ou ouvindo ler
histórias - , estão mais aptos a, com sucesso, ler e interpretar
qualquer texto, uma vez que possuem uma "competência enciclopédica"
mais desenvolvida e alargada.
Por outro lado, enquanto arquivo
vivo da experiência cultural humana, a literatura infantil proporciona
à criança uma expansão do seu horizonte de expectativas
e a oportunidade de crescimento e de desenvolvimento da sua capacidade
de diálogo com outras culturas e com sistemas de valores alternativos
ao seu: por ela - e pensamos, em particular, na presença do maravilhoso
e da fantasia - , a criança é sensibilizada para a existência
positiva da diferença, compreendendo que o mundo pode ser percebido
de múltiplas formas, as quais, apesar da sua diferença e
diversidade, são igualmente legítimas e importantes na própria
definição do homem e no seu processo de estabelecimento
de relações intersubjectivas.
Em suma, somos de opinião
que, pelos aspectos supra mencionados, a educação
infantil constitui uma mais-valia extremamente relevante cujo usufruto
se tornará largamente patente quando a criança iniciar a
aprendizagem formal das técnicas da leitura. De facto, revelando-se
susceptível de aumentar, de forma qualitativa, a "competência
enciclopédica" da criança, ela pode, de modo decisivo, potencializar
o seu êxito escolar e social futuros.
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Comment les enfants apprennent à lire. Ce que nous révèle
la psycholinguistique, Traduction et adaptation par Michèle
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(1980) "L‘indépendance de l‘identification des lettres, des mots
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